Protozoários planctônicos: o que são, o que fazem e qual sua importância ecológica e para a sociedade?

Os protozoários planctônicos são organismos unicelulares que apresentam uma incrível diversidade de formas e funções. Conheça um pouco mais sobre esses seres incríveis.

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Os protozoários apresentam uma incrível diversidade de formas e funções, que os
torna organismos muito interessantes e curiosos.

Os protozoários planctônicos, também conhecidos como protistas planctônicos, são organismos unicelulares, eucariontes e heterótrofos que se encontram na coluna d’água de rios, riachos e lagoas. Esses pequenos organismos desempenham um papel importante na dinâmica trófica de sistemas aquáticos, atuando como consumidores primários e decompositores da matéria orgânica. Eles conectam as teias alimentares de diferentes indivíduos em um ecossistema, sendo organismos-chave para o funcionamento dos ambientes.

Os protozoários planctônicos utilizam várias formas de alimentação, que podem ser classificadas como fototrófica, fagotrófica e mixotrófica. Os organismos fototróficos, como os protistas fitoflagelados, obtêm seu alimento através da luz. Os organismos fagotróficos, como os protistas ciliados, se alimentam de outros organismos. Já os organismos mixotróficos obtêm nutrientes tanto da luz quanto de partículas inorgânicas e orgânicas.

Microorganismos

Os protistas são eficientes na absorção de matéria orgânica do meio ambiente, facilitando as trocas de compostos e a liberação de nutrientes com o meio no qual estão inseridos, atuando no ciclo do carbono em ambientes aquáticos. Pelo fato de que há uma grande quantidade de protozoários presentes em ambientes de água doce, locais como os riachos representam importantes fontes de recarga de água e fornecimento de matéria orgânica para os protistas, que atuam diretamente nos processos de decomposição da matéria orgânica presente no meio, principalmente em estações mais quentes. Os protozoários se diferenciam de acordo com suas estruturas de locomoção, que podem incluir flagelos, cílios, ou projeções do corpo, como nos organismos ameboides. Alguns protozoários, como os esporozoários, não possuem meios próprios de locomoção, mas podem se dispersar por fatores externos e são predominantemente parasitas causadores de doenças em seres humanos. Por serem organismos de tamanho microscópico e de rápida reprodução, os protozoários podem desenvolver grandes populações em pouco tempo no meio em que estão inseridos, interagindo com outros microrganismos de importância ecológica, como algas, bactérias e fungos.


Os protozoários, além de apresentarem alta eficiência nos processos ecossistêmicos, são de grande importância científica (e consequentemente social), visto que podem ser utilizados em diferentes pesquisas, como em estudos de mudanças nas características dos ambientes aquáticos, na identificação de ecossistemas com alto potencial de preservação, detecção de ambientes degradados e indicadores da presença de metais pesados em locais poluídos.

Ameba e protozoário

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Para mais informações:

  1. AMÉRICO-PINHEIRO, J. H. P.; TORRES, N. H.; FERREIRA, L. F. R. Protistas ciliados e seu potencial uso como bioindicadores de qualidade de água. Revista Científica ANAP Brasil, v. 10, n. 18, 2017.
  2. ESTEVES, F. A. Fundamentos de Limnologia. Rio de Janeiro-RJ: Editora Interciência, 1998.
  3. FENCHEL, R. T. Ecology of protozoa – the biology of freeliving phagotrophic protists. Journal of Basic Microbiology, v. 28, n. 9-10, p. 612 – 613, 1987.
  4. GODINHO, M. J. L.; REGALI-SELEGHIM, M. H. Diversidade no reino protista: protozoários de vida livre. In JOLY, C. A. & BICUDO, C. E. M. (Eds.), Microrganismos e Vírus, p. 83-91. São Paulo: FAPESP, 1999.
  5. FRANCO, R. M. B. Protozoários de veiculação hídrica: relevância em saúde pública. Rev Panam Infectol, v. 9, n.1, p. 36-43, 2007.
  6. HINES, H. N..; MCCARTHY, P. J.; ESTEBAN, G. F. First records of ‘flagship’soil ciliates in North America. Protist, v. 171, n. 3, p. 125739, 2020.
  7. HICKMAN, C. P. et al. Princípios Integrados de Zoologia. 16 ed. Rio de Janeiro-RJ: Guanabara Koogan, 2016.
  8. HEINO, J. et al. Geographical patterns of micro-organismal community structure: are diatoms ubiquitously distributed across boreal streams?. Oikos, v. 119, p. 129-137, 2010.
  9. SHERR, E.; SHERR, B. Role of microbes in pelagic food webs: A revised concept. Limnology and Oceanography, v. 33, p.1225-1227, 1988.


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