Panga na Colômbia: riscos ambientais e sociais após 15 anos de controvérsia

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Um grupo de 108 pesquisadores de diversas universidades e instituições de pesquisa uniram-se para transmitir uma mensagem à população, explicando por que estão profundamente preocupados com a eventual legalização do cultivo dessa espécie.

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Peixe basa, panga ou pangasius (Pangasianodon hypophthalmus), espécie introduzida ilegalmente na Colômbia e protagonista da discussão entre a academia, institutos de pesquisa e o setor produtivo.

Na Colômbia, o debate sobre a presença do peixe basa, panga ou pangasius (Pangasianodon hypophthalmus) em suas águas e o futuro dessa espécie na legislação nacional, foi reativado. Este é um assunto discutido há anos e, apesar de ser conhecido tanto pelas autoridades ambientais quanto pelos produtores e pela comunidade acadêmica, após mais de 15 anos não foi possível chegar a uma solução. Chama a atenção o fato de que, ao contrário de outras espécies invasoras que geraram polêmica no país, nas quais o público foi parte ativa do debate, neste caso a discussão tem sido mais limitada a espaços técnicos e políticos.

No entanto, por se tratar de um "recurso alimentar" que eventualmente pode ter um impacto negativo significativo na biodiversidade das bacias colombianas, é fundamental que a informação seja amplamente divulgada e alcance aqueles que acabam por tomar a importante decisão de incluí-lo ou não em sua dieta.

Por essa razão, um grupo de 108 pesquisadores de diversas universidades e instituições de pesquisa uniram-se para transmitir uma mensagem à população, explicando por que estão profundamente preocupados com a eventual legalização do cultivo dessa espécie.

Ilustração: peixe bocachico
Ilustração: pez bagre rayado

O comunicado destaca que os impactos dessa legalização na Colômbia preocupam as organizações dedicadas à conservação e gestão da biodiversidade no país. Após sua introdução ilegal há cerca de 15 anos, este peixe exótico originário do sudeste asiático apresenta sérios riscos ambientais e socioeconômicos.

A preocupação começa por características que a espécie possui, como crescimento rápido e alta capacidade reprodutiva, o que aumenta seu potencial invasor, ameaçando espécies nativas e endêmicas como o bocachico e o bagre rayado. Além disso, estudos científicos alertam para seu papel como predador e vetor de numerosos patógenos, o que poderia afetar gravemente a biodiversidade local.

Quanto à distribuição da espécie, os signatários explicam que existem mais de 3.500 registros de capturas nas bacias do país, como as do Magdalena-Cauca e Sinú. Ou seja, a presença ilegal do panga se estende por várias regiões do país, aumentando os riscos para os ecossistemas e para a pesca artesanal, que sustenta milhares de colombianos.

Por isso, várias organizações pedem ao governo colombiano que proteja seu patrimônio biológico e promova o uso sustentável de espécies nativas, enfatizando a necessidade de um diálogo que leve em consideração as evidências científicas reunidas até o momento.

O chamado é claro: 

A Colômbia enfrenta um desafio crítico na gestão de espécies exóticas com potencial invasor, como o panga, onde a regulação adequada e a proteção de sua diversidade biológica são fundamentais para proteger seus ecossistemas aquáticos e os meios de subsistência de suas populações ribeirinhas.

Pescador Magdalena médio

Veja o comunicado dos pesquisadores e pesquisadoras:

Artigo original disponível em: https://revistabioika.org/assets/multimedia/docs/es/revisiones/editorial@revistabioika.org/20240729140628-comunicado-pt.pdf

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Para mais informações:

  1. https://www.funcionpublica.gov.co/eva/gestornormativo/norma.php?i=37807
  2. https://www.funcionpublica.gov.co/eva/gestornormativo/norma.php?i=1551


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